QUANDO NAS RUAS NÃO HOUVER CIGANOS
NEM ÁRABES NA PRAIA SEQUIOSA
NEM SEREIAS NO MAR, NEM UMA ROSA
SE DESFOLHAR NOS DEDOS DESHUMANOS
QUANDO OS VENTOS RUDES EM PASSOS VAGOS
DESTRUIREM NAS PRAÇAS ESTÁTUAS FALSAS
QUANDO O VENTO CORRER LAGES DESCALÇAS
E SORVENDO ESVAZIAR OS LARGOS LAGOS
QUANDO OS ANTIGOS JARDINS FICAREM DESNUDOS
E AS FLORESTAS NAS SERRAS AGRESTES
COMO AS GENTES QUE PERDEM AS VESTES
FICAREM SEM PÚRPURAS E VELUDOS
E QUANDO A SOMBRA DO EXÉRCITO PESADO
FIZER SEU ÚLTIMO E FATAL BAILADO
E AS NAUS PELA MARÉ SALGADA
SE AFUNDAREM COM OIRO VINHO E PÃO
E AS TURBAS NÃO TIVEREM ESTRADA
TUDO PORQUE DISSERAM QUE NÃO
NÃO CHAMEM POR MIM, QUE ESTAREI MORTO
Ó POVO QUE VOLTEIAS DE PORTO EM PORTO
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